Toron: declarações do ministro enxovalham e atentam contra a advocacia

Postado por: Tecnologia OAB/AC às 29/07/2009 - 21:01 Categoria: Noticias Regionais
Brasília, 29/07/2009 – O secretário-geral adjunto do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e presidente da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia da entidade, Alberto Zacharias Toron, reagiu hoje (29) energicamente às declarações do ministro da Justiça, Tarso Genro, que mais uma vez responsabilizou de forma genérica advogados por vazamentos de dados sigilosos de uma operação policial – desta vez, no caso das conversas gravadas pela Polícia Federal entre o presidente do Senado, José Sarney, e alguns familiares. Lembrando que o Tarso Genro já fizera acusações idênticas – e não comprovadas – aos advogados na Operação Navalha, Toron observou que “sem qualquer apuração, sem qualquer prova, o ministro da Justiça vem a público e enxovalha toda a advocacia, mas não aponta um único nome sequer de um advogado responsável pelos vazamentos”. Para ele, trata-se de “manobra diversionista, criminosa que atenta contra toda a advocacia; por isso, protocolamos hoje uma interpelação judicial contra o ministro da Justiça, para que ele aponte os nomes e permita que toda a sociedade saiba quem são esses maus profissionais”.


A seguir, as afirmações do presidente da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia da OAB Nacional, Alberto Zacharias Toron, sobre as declarações do ministro da Justiça:

“Mais uma vez o ministro da Justiça vem a público para declarar que a culpa pelos vazamentos de conversas, como as havidas entre o presidente do Senado, José Sarney, e seu filho e uma neta sua, é responsabilidade de advogados. Isso já aconteceu antes, durante a Operação Navalha, quando o ministro Gilmar Mendes, concedeu a medida liminar em habeas-corpus impetrada pela OAB e, estranhamente, no dia seguinte houve um vazamento dando conta de que ele, ministro Gilmar Mendes, estaria envolvido na condição de investigado na investigação da Operação Navalha. O ministro da Justiça se apressou e disse que a responsabilidade pelos vazamentos era dos advogados. Absurda, para não dizer outra coisa, a afirmação do ministro da Justiça. Seria como se os advogados que obtiveram a liminar, descontentes com a obtenção do que queriam, fossem detratar o ministro que concedeu a medida pleiteada. Agora se repete a mesma ladainha: sem qualquer apuração, sem qualquer prova, o ministro da Justiça vem a público, enxovalha toda a advocacia, não aponta um único nome sequer de um advogado responsável pelos vazamentos.

No nosso modo de entender, é uma manobra diversionista, criminosa, que atenta contra toda a advocacia. Por isso, protocolamos hoje uma interpelação judicial contra o ministro da Justiça, para que ele aponte os nomes e permita que toda a sociedade saiba quem são esses maus profissionais. Ou, por outra, que deixe claro se está apurando ou não esses vazamentos e se a Polícia Federal tem responsabilidade nisso. A impressão que se tem é que se quer encobrir os verdadeiros autores dessa prática criminosa, inominável, que representa a divulgação de dados sigilosos dos processos”.

FONTE: CFOAB